segunda-feira, 8 de junho de 2009

A Monitoração e a Fiscalização da Propaganda

No Brasil a monitoração e a fiscalização da propaganda de medicamentos ficaram estabelecidas como competência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde a sua criação, com a publicação da Lei nº. 9782/991. Esta atividade reforça o que já havia sido estabelecido pela Constituição Federal de 1988, que garante à pessoa e à família a proteção, pelo Estado, em relação à propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos a sua saúde e ao meio ambiente, impondo, inclusive, restrições legais à propaganda de medicamentos e apesar de garantir a liberdade de expressão, também estabelece limites à propaganda de produtos sujeitos à vigilância sanitária, pois esses podem ser nocivos à saúde. Antes, porém, a Lei nº. 6.360/76 (BRASIL, 1976), já tratava da prática da publicidade de medicamentos e estabelecia a previsão de um regulamento específico para este tema, que surgiu apenas com a publicação da RDC nº. 102, em 30 de novembro de 2000 (BRASIL, 2000).

A seguir reportagem exibida pela TV Brasil em 2008, sobre a propaganda de remédios e entrevista com Gerente de Monitoramento e Fiscalização de Propaganda da Anvisa, Maria José Delgado Fagundes, sobre as propostas de novas regras relativas ao uso indevido de medicamentos. Acesse também a RDC nº 96, de 17 de dezembro de 2008 que dispõe sobre a , publicidade, informação e outras práticas cujo objetivo seja a divulgação ou promoção comercial de medicamentos. Assista ao vídeo e faça sua reflexão sobre a importância de uma fiscalização mais eficiente quanto a propaganda abusiva e as prática adotas em muitos balcões de farmácias.














Vídeo informativo

Vídeo com Drauzio Varella e Maria Eugênia Cury sobre medicamentos.





quinta-feira, 4 de junho de 2009


Automedicação aumenta risco de infecções


Vivemos num mundo de germes. Vírus, bactérias, protozoários. Alguns provocam doenças podendo inclusive levar à morte. Os germes estão presentes também nos graves casos de infecções, como meningite, pneumonias, infecções urinárias e hospitalares. Pessoas habituadas a tomar medicamentos por conta própria fazem com que alguns desses micróbios desenvolvam resistência aos remédios, dificultando o tratamento.

Os germes vivem em todo lugar: no organismo de animais, no ar, nos alimentos, nas plantas, na água ou em qualquer outra superfície, incluindo nosso próprio corpo. "As bactérias estão por toda parte, já que na maioria das vezes não precisam de um hospedeiro para se subdividir. Mas nem todas são prejudiciais. Apenas 1% das bactérias oferece riscos", explica o médico Marcelo Mendonça, infectologista do Hospital Santa Paula (SP).

Anti-inflamatórios e antibióticos

"Já os vírus não são autossuficientes como as bactérias e precisam da célula do hospedeiro para se reproduzir", diz o doutor Mendonça. Segundo o médico, geralmente ocorre infecção quando bactérias ou vírus contaminam uma pessoa e passam a se multiplicar até causar danos às células. Depois, os sinais e sintomas da doença se manifestam.

"É nesse ponto que o sistema imunológico entra em ação para se livrar do que está causando a infecção. Por exemplo, a febre e a coriza são reações contra o vírus da gripe. Quem adere aos tratamentos de forma apropriada reage melhor ao tomar medicamentos para combater a infecção e os demais sintomas, ao contrário daqueles que ingerem anti-inflamatórios e antibióticos como se fosse chá quente".

O doutor Mendonça diz que, além de estar em dia com as vacinas e seguir rigorosamente o tratamento prescrito pelos médicos, uma boa forma de prevenir doenças é lavar as mãos apropriadamente.

Aqui estão cinco dicas importantes de como adquiriri e manter esta hábito:

1. Lave as mãos frequentemente - e sempre depois de usar o banheiro, trocar fraldas ou ter contato com animais de estimação;

2. Lave as mãos, também, antes de começar a cozinhar ou comer;

3. Enxágue primeiro as mãos e depois use o sabonete e uma esponja;

4. Esfregue as mãos por 15 segundos, pelo menos, fazendo com que uma limpe a palma e o dorso da outra, o pulso e as unhas;

5. Enxágue bem as mãos, secando-as em seguida. Lembre-se: água e sabão podem ser a solução.



(*) Com Press Página Projetos de Comunicação.
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/19052009/11/saude-automedicacao-aumenta-risco-infeccoes.html
Acesso 04/06/09

quarta-feira, 3 de junho de 2009



O barato que sai caro e pode ser perigoso

O dr. Abrão José Cury Jr, presidente da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, médico assistente da Universidade Federal de São Paulo e cardiologista do Hospital do Coração, dá exemplos de medicamentos freqüentemente consumidos sem indicação médica e mostra os perigos.

Laxante - Quando consumido indiscriminadamente pode levar a alterações intestinais. Se a pessoa estiver constipada (intestino preso), complica o quadro e pode levar à perfuração do intestino. Nos idosos, pode provocar desidratação e alterações metabólicas, colocando a vida em risco. Pessoas com tumor intestinal, em geral não diagnosticado, podem agravar a doença.

Xarope - A tosse pode ter várias causas, como infecção viral ou bacteriana, alergia, refluxo da hérnia de hiato e câncer das vias respiratórias. O xarope pode mascarar o sintoma, permitindo que a doença evolua sem controle, pode piorar o problema ou não ter efeito algum.

Antibiótico - Droga usada para tratar várias infecções, como as respiratórias, gripes e abscessos. Mesmo que a pessoa acerte na escolha, ao comprar sem indicação médica, pode errar no tipo e na dosagem, levando ao tratamento errado. Além disso, o indivíduo pode desenvolver resistência à droga e quando for realmente necessária, não terá efeito.

Antiácido - Muito usado para combater dor de estômago, que pode ser sintoma de úlcera, tumor, pancreatite e até de infarto do miocárdio. O uso inadequado pode retardar o diagnóstico, comprometer o tratamento e expor ao risco de morte.

Aspirina - Reconhecida como droga que previne o infarto, só pode ser consumida com indicação médica, mesmo no controle de outras doenças, porque tem efeitos colaterais importantes, podendo provocar problemas de estômago e hemorragias. Pode ser fatal se usada para combater a dengue.

Colírio - Sem indicação médica, a única coisa que se pode passar nos olhos é água limpa. Os colírios têm princípios ativos variados, como corticóides e antibióticos, podem mascarar ou exacerbar doenças e se a pessoa tiver problemas prévios, como glaucoma, pode agravá-los.

Cremes e pomadas - Muitas pessoas cometem o erro de achar que existem cremes e pomadas que tratam tudo, o que está errado porque cada um tem uma indicação adequada. O uso indiscriminado pode mascarar doenças, como câncer de pele, pode provocar dermatite de contato, ou pode não ter efeito.

Remédios naturais - Todos os medicamentos, sem exceção, têm efeitos colaterais e podem provocar riscos à saúde.

Vitaminas - Só devem ser tomadas quando há uma real necessidade até porque algumas, dependendo da dose, podem provocar doenças. A vitamina C, por exemplo, provoca distúrbios gastrointestinais e cálculo renal. A vitamina A, quando consumida por crianças, pode provocar hipertensão craniana.

Suplementos alimentares - Podem ter efeitos tóxicos, ou não fazer nada. Estudos em andamento, relacionam os suplementos com o desenvolvimento de arritmias cardíacas e com morte súbita.

Casamento de remédios - Algumas pessoas, ao acharem que estão com gripe, por exemplo, ingerem xarope para a tosse, que piora a secreção pulmonar, descongestionante nasal, que nos casos de sinusite e pneumonia piora o quadro, e injeções à base de eucalipto, absolutamente inúteis. Além disso, tudo junto pode provocar reações alérgicas e até choque anafilático.

Fonte: Dr. Abrão José Cury Jr.
http://emedix.uol.com.br/dia/03fev10sbcm-aob-automedicacao.php
Acesso em 03/06/09




Os perigos da automedicação

Uma prática muito comum adotada pela grande maioria da população é a automedicação. As causas para sua existência são inúmeras, dentre tantas podemos facilmente citar algumas como a grande impossibilidade de uma boa parte das pessoas terem um acesso ao atendimento médico ou odontológico, seja por questões financeiras ou por próprio hábito de tentar solucionar os problemas de saúde corriqueiros tomando por base a opinião de algum conhecido mais próximo. Além disso a alta freqüência de propagandas através da mídia eletrônica é muitas vezes um fator contribuinte para a automedicação de pessoas leigas no assunto. Por trás deste ato aparentemente tolo e sem conseqüências está um problema em potencial para sua saúde. Paracelso, que viveu de 1493 a 1541, já afirmara que “a dose correta é que diferencia um veneno de um remédio” . Por isso uma dose acima da indicada , administrada por via inadequada (via oral, intramuscular, retal...) ou sem uso para fins não indicados, podem transformar um inofensivo remédio em um tóxico perigoso. Embora a existência de efeitos adversos seja tão antiga quanto a própria utilização de determinada substância , somente a partir da segunda metade do século, com a tragédia da talidomida, na década de 60, é que a preocupação com os efeitos adversos dos medicamentos tornou-se um alvo freqüente das pesquisas dos laboratórios governamentais e das indústrias farmacêuticas. Atualmente, os conhecimentos nesse sentido são inúmeros e seu avanço é cada vez maior e isso fornece aos médicos importantes substratos a serem analisados no momento de prescrever um determinado medicamento.

Outro problema relacionado à automedicação é a famosa interação medicamentosa. Mas afinal, o que é isto e do que se trata? Simples, quando medicamentos são administrados concomitantemente, eles podem se interagir de três formas básicas, a saber: um pode potencializar a ação de outro , pode ocorrer também a perda de efeitos por ações opostas ou ainda a ação de um medicamento alterando a absorção, transformação no organismo ou a excreção de outro fármaco.

Além disso, o fato de determinadas substâncias usadas indiscriminadamente alterar as condições fisiológicas do organismo de um paciente é muitas vezes ignorado e isso certamente deve ser considerado. Exemplificando, o uso indiscriminado de medicamentos à base de um analgésio-antitérmico como a dipirona pode abaixar os níveis de células de defesa encontrados no sangue.

Um outro conceito a ser tratado, e tido por muitos (devido a falta de informação, provavelmente) como inofensivo, é o uso indiscriminado de medicamentos fitoterápicos, aqueles remédios naturais que segundo vendedores mais interessados em rechear seu bolso do que com a saúde pública , insistem em afirmar que não existem efeitos colaterais. É um conceito equivocado achar que um extrato de um vegetal, só porque não foi industrializado e está livre de qualquer insumo químico, é tido como sem nenhuma contra-indicação. Um medicamento fitoterápico, ou do tipo homeopático (é bom diferenciá-los: o processo de fabricação de um medicamento homeopático é totalmente diferente de um fitoterápico, bem como sua concentração final, seu modo de ação e o tempo de tratamento) usado sem uma orientação especializada é um risco de reações indesejadas, e que pode ser evitada com uma simples conversa com um profissional da área da saúde. Muitas vezes, o profissional qualificado mais acessível para muitos é o farmacêutico (não confundir com o balconista) que é um profissional qualificado para dispensar as especialidades farmacêuticas. Mas não se esqueça, médicos é que são responsáveis pelo receituário, e a troca da receita médica pela indicação do balconista da farmácia é certamente um mau negócio, bem como aquela iniciativa de automedicar-se. Portanto, pense duas vezes antes de tomar aquele remédio, que possa lhe parecer inofensivo, ou que um amigo ou vizinho tenha o receitado. Às vezes , sintoma algum aparece, mas complicações podem ocorrer e quando isso ocorre é das formas mais inesperadas possíveis.

Giancarlo Lourenço Matias
Acadêmico do curso de Medicina da UEM
Fonte: http://www.urutagua.uem.br//ru33_automedicacao.htm
Acesso em 03/06/09